Advogado Waldrido Warde compara combate à corrupção ao câncer
O presidente do Instituto para Reforma das Relações entre Estado e Empresa, o advogado Walfrido Warde, acaba de lançar o livro “O espetáculo da corrupção - Como um sistema corrupto e o modo de combatê-lo estão destruindo o paÃsâ€.
Na obra, ele analisa o momento atual do Brasil e compara o combate à corrupção ao câncer. “Temos que refletir, nos unir para criar uma legislação, criar uma polÃtica de combate à corrupção que seja capaz de matar as células cancerosas e manter o paciente vivo". Walfrido Warde é o entrevistado do programa Conversa com Roseann Kennedy, que vai ao ar nesta segunda-feira (22), à s 21h15, na TV Brasil.
Na entrevista e no livro, o advogado faz questão de ressaltar que faz crÃticas ao modo que o combate à corrupção está sendo executado, mas que isso não significa uma apologia ao crime. Ele destaca a importância da Operação Lava Jato e avalia que, diante de tantos escândalos, há um clima de vingança entre a população. “Nós temos que combater a corrupção, nós temos que combater as causas da corrupção, e nós temos que impedir que o combate à corrupção cause efeitos colaterais adversos à s empresas do Brasil. Porque sem empresa não tem emprego, sem emprego não tem renda, não tem consumo, não tem tributação, não tem desenvolvimento para o paÃsâ€, detalha.
Segundo ele, o imaginário da população é povoado pela ideia de que toda relação entre empresas e governos está contaminada. “Construir uma usina hidrelétrica, uma estrada ou aeroporto não é ilÃcito. É importante para o paÃs. O que é ilÃcito é conseguir um contrato para fazer isso, pagando propina para um polÃtico. Como você depura o ilÃcito das relações econômicas que são indispensáveis para o paÃs?â€, questiona.
Walfrido Warde considera que não há possibilidade de fechar a “fábrica da corrupção†no paÃs sem a regulamentação do lobby. “Eu me refiro ao lobby pré-eleitoral e pós-eleitoral, ou seja, o financiamento de campanha, aquelas doações que são feitas para financiar a polÃtica, isso antes de eleger as pessoas aos cargos públicos. E depois de eleitos, aquela pressão que a sociedade civil faz para que cada agente público satisfaça o interesse que existe na sociedade civilâ€.
“Nós temos uma regulação muito frouxa no Brasil e até inexistenteâ€, critica.
Walfrido relembra que antes da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI 4650) que proibiu a doação de pessoas jurÃdicas para as campanhas eleitorais, havia um cenário onde as empresas doavam para todos os candidatos com o intuito de manter boas relações com todos eles. “Era uma situação que era claramente escandalosa e que ninguém falava nadaâ€, condena. Para o advogado, é preciso estabelecer regras para evitar um mal maior. “Ainda que esse processo seja imoral, ele tem que ser de certa forma regulado e limitado, mas extirpar esse processo faz com que essas negociações sejam feitas por debaixo do pano. E pior, abre espaço para que o crime organizado financie a polÃtica no Brasilâ€, destacou.
A entrevista com o especialista vai ao ar nesta segunda-feira (22), na TV Brasil.
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Fonte: Agência Brasil.